Bom sábado de carnaval!!
Hoje com uma poesia que eu adoroooo de Alberto Caeiro, outro heterônimo de Fernando Pessoa. Segundo seu criador, nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária, morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Morreu tuberculoso.
Pessoa cria uma biografia de Caeiro que se encaixa com perfeição em sua poesia. Ele escreve com a linguagem simples e o vocabulário limitado de um poeta camponês pouco ilustrado. Antimetafísico, pratica o realismo sensorial, numa atitude de rejeição às elucubrações do Simbolismo.
Afirma que "pensar é estar doente dos olhos", e quer apenas sentir a natureza. Em perfeita consonância com sua busca de simplicidade, escreve versos livres (sem métrica regular) e brancos (sem rimas).
Afirma que "pensar é estar doente dos olhos", e quer apenas sentir a natureza. Em perfeita consonância com sua busca de simplicidade, escreve versos livres (sem métrica regular) e brancos (sem rimas).
Passa uma Borboleta
"Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor."
Alberto Caeiro
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