sábado, 5 de março de 2011

Poesia do dia!!

Bom sábado de carnaval!!

Hoje com uma poesia que eu adoroooo de Alberto Caeiro, outro heterônimo de Fernando Pessoa. Segundo seu criador, nasceu em Lisboa, mas viveu quase toda a sua vida no campo. Não teve profissão, nem educação quase alguma, só instrução primária, morreram-lhe cedo o pai e a mãe, e deixou-se ficar em casa, vivendo de uns pequenos rendimentos. Vivia com uma tia velha, tia-avó. Morreu tuberculoso.
Pessoa cria uma biografia de Caeiro que se encaixa com perfeição em sua poesia. Ele escreve com a linguagem simples e o vocabulário limitado de um poeta camponês pouco ilustrado. Antimetafísico, pratica o realismo sensorial, numa atitude de rejeição às elucubrações do Simbolismo.

Afirma que "pensar é estar doente dos olhos", e quer apenas sentir a natureza. Em perfeita consonância com sua busca de simplicidade, escreve versos livres (sem métrica regular) e brancos (sem rimas).


Passa uma Borboleta

"Passa uma borboleta por diante de mim
E pela primeira vez no Universo eu reparo
Que as borboletas não têm cor nem movimento,
Assim como as flores não têm perfume nem cor.
A cor é que tem cor nas asas da borboleta,
No movimento da borboleta o movimento é que se move,
O perfume é que tem perfume no perfume da flor.
A borboleta é apenas borboleta
E a flor é apenas flor."

Alberto Caeiro

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